quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

“Free lancer?” é o cacete! Você é biscate mesmo!

Esse texto é de meu brother Wagner Malecencia (diz ele que é "maneira legal de consciência"), um jornalista que ainda vai dar (lá ele) o que falar. Confira a mijada que Malecencia dá nos colegas brazucas e baianos que dizem fazer freelance, já aportuguesado pro "frila", kkkk.

Que mania de filho de uma santa essa de o desempregado fudido, que acaba de receber um chute na bunda da empresa, e depois de aumentar a fila do desemprego por um bom tempo, acha de se classificar como “free lancer”.

Este, que geralmente é o pró-ativo da empresa, acha que fazendo o serviço de três irá ser o sobrevivente de cortes na empresa. Coitado. É um dos primeiros que tomam no chicote (sem trocadilhos com o dono do blog). Frustrado, e ainda sonhando em ser readmitido, volta de tempos em tempos à firma fingindo ir rever os colegas. Aí vem todo aquele papo de incentivo e consideração pelo ex-colega:

-Oi fulano, como está? Você está bem? O que anda fazendo? E o novo emprego? Já encaminhado?

Para ficar por cima da “carne seca”, o “chutador de latas” responde:

-É, to com alguns contatos aí, mas não vou querer. Tô de saco cheio disso tudo; bater cartão, entrar e sair no horário estipulado pelo chefe. Agora trabalho pra mim, tô fazendo uns “freelas” aí.

Tomar no c... com esse termos gringos. Para ser mais claro, e poder dar uma iluminada na cabeça sebosa de vocês, essas pessoas acham que fazer biscate é ser free lancer. É. Tipo o fotógrafo, esse sim free lancer, Peter Parker, dos quadrinhos da Marvel.

Na condição de Homem-Aranha, Parker ganha a vida fazendo suas fotos em ação contra os bandidos. Depois as vende ao “pão duro” do J. Jonah Jameson, editor do Clarim Diário, jornal que na ficção está situado na ilha de Manhattan, em Nova Iorque.

Ao contrário de Peter Parker, nosso free lancer brasileiro e baiano não ganha $ 300 por fotografia, nem por meia dúzia delas. O biscateiro tem mais é que se contentar com R$ 50 reais por semana, e olhe lá se tirar isso.

Talvez o candidato a “profissional liberal”, que de liberal só tem o fato de estar liberado de pagar as contas, e por isso vir a ser convidado a fazer parte do clube SPC/Serasa tome tendência, cate o que ainda lhe resta de FGTS, e corra para a “Ilha do Rato” a fim de garantir sua Pampa modelo 1989. Quem sabe assim não dá pra ganhar algo melhor fazendo “frete” na frente da feira de São Joaquim.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Levantando da rede...

Olá, queridos leitores! Depois de 1 mês e 2 dias, acabou nosso recesso! A rede, mesmo vazia, já balança sozinha e já fica no formato do corpo - foi muito tempo de repouso!

A velocidade, nesse momento, ainda é "Dorival Caymmi" (vai levar um tempo para evoluir para "quase parando"). Portanto, nem inventem pedidos de posts em dose dupla, porque não há condições! Venha não, vú?

Na verdade, essa retomada hoje tem um significado: hoje é a primeira sexta-feira depois da Lavagem do Bonfim - que foi ontem! Isso significa que estávamos aguardando as autorizações sobrenaturais para recomeçarmos nosso trabalho de antropologia (urbana?) nesse blog! Sabe como é, né? Baiano sempre espera um grande acontecimento espiritual no sincretismo religioso para fazer alguma coisa. Acho que é uma justificativa pra ir adiando tudo!

Bom, não vou ficar aqui no reme-reme, explicando mais o motivo dessas 4 semanas sem blogar! Vamos ao que interessa. Se ontem foi Lavagem do Bonfim e hoje e a primeira sexta-feira depois da Lavagem, vamos homenagear o Santo! Você sabia que Senhor do Bonfim não é o padroeiro da Bahia? Sabia que o dia de Senhor do Bonfim não é feriado na terra onde ele é mais venerado? E sabia, principalmente, que Senhor do Bonfim não é um santo? Pois receba a galinha pulando nos peito!!

Na verdade, segundo o catolicismo, o Senhor do Bonfim é uma representação do Cristo Sacrificado, com chagas abertas, na visão da sua morte. A devoção surgiu e foi crescendo devido à atribuição, ao Senhor do Bonfim, da cura de diversas doenças e da salvação de vidas. No sincrestimo, corresponde ao orixá superior, o famoso Oxalá. No candomblé, ele é que molda o ser humano, é responsável pelos seus defeitos e, justamente por isso, é ele quem protege os fracos e deformados. Sacou aí a conexão?!

É justamente por causa de tantos milagres que a festa de Senhor do Bonfim, comemorada na segunda quinta-feira de janeiro, todos os anos, é uma das mais bonitas da Bahia - e um dos melhores come água também! Antigamente rolava umas facadas no meio da festa, a polícia chegava atirando, ia gente presa, era uma tragédia! Parecia que o Senhor do Bonfim queria fazer CRM ou usava a festa como estratégia de marketing para conseguir novos devotos! Mas a prefeitura moralizou a situação e, há alguns anos, a comemoração se restringe à lavagem das escadarias da Igreja pelas baianas, com água de cheiro, e às festas caras e bem organizadas, com a nata da Axé Music, onde só tem o "melhor" da juventude baiana.

Gostou da informação? Ora... Oh Sua Misera também é cultura, rapá!!! Eu sou eu, licuri é côco pequeno e o resto é conversa!!!

Para finalizar, e garantir uma forcinha extra para este humilde Blog e seus autores, segue um trechinho do Hino ao Senhor do Bonfim, composto em homenagem aos 100 anos da Independência da Bahia, também conhecido pelos baianos como Hino da Bahia (mas não é!):

"Glória a ti nessa altura sagrada
És o eterno farol, És o guia
És, senhor, sentinela avançada
És a guardo imortal da Bahia.

Dessa sagrada colina
Mansão da misericórdia
Dai-nos a graça divina
Da justiça e da concórdia"