sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Levantando da rede...

Olá, queridos leitores! Depois de 1 mês e 2 dias, acabou nosso recesso! A rede, mesmo vazia, já balança sozinha e já fica no formato do corpo - foi muito tempo de repouso!

A velocidade, nesse momento, ainda é "Dorival Caymmi" (vai levar um tempo para evoluir para "quase parando"). Portanto, nem inventem pedidos de posts em dose dupla, porque não há condições! Venha não, vú?

Na verdade, essa retomada hoje tem um significado: hoje é a primeira sexta-feira depois da Lavagem do Bonfim - que foi ontem! Isso significa que estávamos aguardando as autorizações sobrenaturais para recomeçarmos nosso trabalho de antropologia (urbana?) nesse blog! Sabe como é, né? Baiano sempre espera um grande acontecimento espiritual no sincretismo religioso para fazer alguma coisa. Acho que é uma justificativa pra ir adiando tudo!

Bom, não vou ficar aqui no reme-reme, explicando mais o motivo dessas 4 semanas sem blogar! Vamos ao que interessa. Se ontem foi Lavagem do Bonfim e hoje e a primeira sexta-feira depois da Lavagem, vamos homenagear o Santo! Você sabia que Senhor do Bonfim não é o padroeiro da Bahia? Sabia que o dia de Senhor do Bonfim não é feriado na terra onde ele é mais venerado? E sabia, principalmente, que Senhor do Bonfim não é um santo? Pois receba a galinha pulando nos peito!!

Na verdade, segundo o catolicismo, o Senhor do Bonfim é uma representação do Cristo Sacrificado, com chagas abertas, na visão da sua morte. A devoção surgiu e foi crescendo devido à atribuição, ao Senhor do Bonfim, da cura de diversas doenças e da salvação de vidas. No sincrestimo, corresponde ao orixá superior, o famoso Oxalá. No candomblé, ele é que molda o ser humano, é responsável pelos seus defeitos e, justamente por isso, é ele quem protege os fracos e deformados. Sacou aí a conexão?!

É justamente por causa de tantos milagres que a festa de Senhor do Bonfim, comemorada na segunda quinta-feira de janeiro, todos os anos, é uma das mais bonitas da Bahia - e um dos melhores come água também! Antigamente rolava umas facadas no meio da festa, a polícia chegava atirando, ia gente presa, era uma tragédia! Parecia que o Senhor do Bonfim queria fazer CRM ou usava a festa como estratégia de marketing para conseguir novos devotos! Mas a prefeitura moralizou a situação e, há alguns anos, a comemoração se restringe à lavagem das escadarias da Igreja pelas baianas, com água de cheiro, e às festas caras e bem organizadas, com a nata da Axé Music, onde só tem o "melhor" da juventude baiana.

Gostou da informação? Ora... Oh Sua Misera também é cultura, rapá!!! Eu sou eu, licuri é côco pequeno e o resto é conversa!!!

Para finalizar, e garantir uma forcinha extra para este humilde Blog e seus autores, segue um trechinho do Hino ao Senhor do Bonfim, composto em homenagem aos 100 anos da Independência da Bahia, também conhecido pelos baianos como Hino da Bahia (mas não é!):

"Glória a ti nessa altura sagrada
És o eterno farol, És o guia
És, senhor, sentinela avançada
És a guardo imortal da Bahia.

Dessa sagrada colina
Mansão da misericórdia
Dai-nos a graça divina
Da justiça e da concórdia"

Um comentário:

Clara Corrêa disse...

Véi, vcs botam muito pá fudê!! Adoro ler os posts do blog. Não deixem de postar!!!

um beijo e um queijo