quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Vixe, quase deu bolor!

Rapaz, faz tanto tempo que não largamos nada aqui... Afff!!! Achei que ia dar bolor!! Mas a gente resolveu tomar uma providência. Afinal, estamos no verão e, ainda digo mais, estamos no verão da Bahia! Sabe quanto assunto isso rende?

Temos tantos lançamentos musicais, tantos sucessos e tantos eventos daqui até o carnaval que, se for colocar na ponta do lápis, vai dar pra fazer dois blogs! Você ai, por exemplo, já ouviu falar no hit da Mulher Maravilha? Pois é, até ela veio passar as férias aqui nessas bandas! Rendeu uma resenhona!!

Tem muita coisa rolando no dia-a-dia também. Desde que voltei do Rio de Janeiro (onde passei o ano mais saudoso de minha vida) já ouvi foi coisa, viu?! Meu velho, é muita criatividade! E muita espontaneidade também, porque o povo fala as coisas de modo tão natural que a gente até se confunde entre o que é gíria e o que é o português de verdade.

Pois é, moço, começamos 2011 com bastante disposição. Mas agora não vai rolar novidade não, vú? Vou logo avisando! Aquiete seu facho aí, na moral! Deixa essa história de escrever pra depois. Agora foi só pra tirar a poeira e matar a saudade!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

“Free lancer?” é o cacete! Você é biscate mesmo!

Esse texto é de meu brother Wagner Malecencia (diz ele que é "maneira legal de consciência"), um jornalista que ainda vai dar (lá ele) o que falar. Confira a mijada que Malecencia dá nos colegas brazucas e baianos que dizem fazer freelance, já aportuguesado pro "frila", kkkk.

Que mania de filho de uma santa essa de o desempregado fudido, que acaba de receber um chute na bunda da empresa, e depois de aumentar a fila do desemprego por um bom tempo, acha de se classificar como “free lancer”.

Este, que geralmente é o pró-ativo da empresa, acha que fazendo o serviço de três irá ser o sobrevivente de cortes na empresa. Coitado. É um dos primeiros que tomam no chicote (sem trocadilhos com o dono do blog). Frustrado, e ainda sonhando em ser readmitido, volta de tempos em tempos à firma fingindo ir rever os colegas. Aí vem todo aquele papo de incentivo e consideração pelo ex-colega:

-Oi fulano, como está? Você está bem? O que anda fazendo? E o novo emprego? Já encaminhado?

Para ficar por cima da “carne seca”, o “chutador de latas” responde:

-É, to com alguns contatos aí, mas não vou querer. Tô de saco cheio disso tudo; bater cartão, entrar e sair no horário estipulado pelo chefe. Agora trabalho pra mim, tô fazendo uns “freelas” aí.

Tomar no c... com esse termos gringos. Para ser mais claro, e poder dar uma iluminada na cabeça sebosa de vocês, essas pessoas acham que fazer biscate é ser free lancer. É. Tipo o fotógrafo, esse sim free lancer, Peter Parker, dos quadrinhos da Marvel.

Na condição de Homem-Aranha, Parker ganha a vida fazendo suas fotos em ação contra os bandidos. Depois as vende ao “pão duro” do J. Jonah Jameson, editor do Clarim Diário, jornal que na ficção está situado na ilha de Manhattan, em Nova Iorque.

Ao contrário de Peter Parker, nosso free lancer brasileiro e baiano não ganha $ 300 por fotografia, nem por meia dúzia delas. O biscateiro tem mais é que se contentar com R$ 50 reais por semana, e olhe lá se tirar isso.

Talvez o candidato a “profissional liberal”, que de liberal só tem o fato de estar liberado de pagar as contas, e por isso vir a ser convidado a fazer parte do clube SPC/Serasa tome tendência, cate o que ainda lhe resta de FGTS, e corra para a “Ilha do Rato” a fim de garantir sua Pampa modelo 1989. Quem sabe assim não dá pra ganhar algo melhor fazendo “frete” na frente da feira de São Joaquim.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Levantando da rede...

Olá, queridos leitores! Depois de 1 mês e 2 dias, acabou nosso recesso! A rede, mesmo vazia, já balança sozinha e já fica no formato do corpo - foi muito tempo de repouso!

A velocidade, nesse momento, ainda é "Dorival Caymmi" (vai levar um tempo para evoluir para "quase parando"). Portanto, nem inventem pedidos de posts em dose dupla, porque não há condições! Venha não, vú?

Na verdade, essa retomada hoje tem um significado: hoje é a primeira sexta-feira depois da Lavagem do Bonfim - que foi ontem! Isso significa que estávamos aguardando as autorizações sobrenaturais para recomeçarmos nosso trabalho de antropologia (urbana?) nesse blog! Sabe como é, né? Baiano sempre espera um grande acontecimento espiritual no sincretismo religioso para fazer alguma coisa. Acho que é uma justificativa pra ir adiando tudo!

Bom, não vou ficar aqui no reme-reme, explicando mais o motivo dessas 4 semanas sem blogar! Vamos ao que interessa. Se ontem foi Lavagem do Bonfim e hoje e a primeira sexta-feira depois da Lavagem, vamos homenagear o Santo! Você sabia que Senhor do Bonfim não é o padroeiro da Bahia? Sabia que o dia de Senhor do Bonfim não é feriado na terra onde ele é mais venerado? E sabia, principalmente, que Senhor do Bonfim não é um santo? Pois receba a galinha pulando nos peito!!

Na verdade, segundo o catolicismo, o Senhor do Bonfim é uma representação do Cristo Sacrificado, com chagas abertas, na visão da sua morte. A devoção surgiu e foi crescendo devido à atribuição, ao Senhor do Bonfim, da cura de diversas doenças e da salvação de vidas. No sincrestimo, corresponde ao orixá superior, o famoso Oxalá. No candomblé, ele é que molda o ser humano, é responsável pelos seus defeitos e, justamente por isso, é ele quem protege os fracos e deformados. Sacou aí a conexão?!

É justamente por causa de tantos milagres que a festa de Senhor do Bonfim, comemorada na segunda quinta-feira de janeiro, todos os anos, é uma das mais bonitas da Bahia - e um dos melhores come água também! Antigamente rolava umas facadas no meio da festa, a polícia chegava atirando, ia gente presa, era uma tragédia! Parecia que o Senhor do Bonfim queria fazer CRM ou usava a festa como estratégia de marketing para conseguir novos devotos! Mas a prefeitura moralizou a situação e, há alguns anos, a comemoração se restringe à lavagem das escadarias da Igreja pelas baianas, com água de cheiro, e às festas caras e bem organizadas, com a nata da Axé Music, onde só tem o "melhor" da juventude baiana.

Gostou da informação? Ora... Oh Sua Misera também é cultura, rapá!!! Eu sou eu, licuri é côco pequeno e o resto é conversa!!!

Para finalizar, e garantir uma forcinha extra para este humilde Blog e seus autores, segue um trechinho do Hino ao Senhor do Bonfim, composto em homenagem aos 100 anos da Independência da Bahia, também conhecido pelos baianos como Hino da Bahia (mas não é!):

"Glória a ti nessa altura sagrada
És o eterno farol, És o guia
És, senhor, sentinela avançada
És a guardo imortal da Bahia.

Dessa sagrada colina
Mansão da misericórdia
Dai-nos a graça divina
Da justiça e da concórdia"

domingo, 14 de dezembro de 2008

É viola, mermão!

Na minha época de guri a gente brigava muito entre amigos. Dizem que é a melhor escola pra aprender a sair na mão com alguém. Geralmente quando dois neguinho se estranhavam, outro mais velho colocava a mão na frente dos dois e dizia:

- Quem cuspir aqui, primeiro, ganha (e tirava a mão na hora das cusparadas).

Aí era um "Deus nos acuda". Quando os dois já estavam pra se matar, alguém separava. Depois era a resenha pra saber quem ganhou.

Mas hoje em dia a coisa tá braba. Rolou o primeiro tapa e a gente já ouve também o primeiro tiro. Creimdeuspai.

Por isso é bom tá ligado nos primeiros sinais de porrada quando você estiver em Salvador. Se não souber jogar uma boa capoeira ou não tiver gás pra abrir no primeiro pipoco de bala, se pique.

O primeiro sinal é quando você ouvir um cara retado falar pro outro:

- Colé de merma, mermão?

Aí vale uma reflexão. Como é que os caras chegaram a essa expressão indecifrável? Vamos desconstruir?

"Colé" = Qual é (abreviado e distorcido, pra dar um ar de tensão e brabeza)
"de merma" - (começou com meu irmão... tipo "Qual é a sua mesmo, meu irmão?"... Aí "mermão" e "mesma" virou "merma" e você já sabe no que deu)
E o outro "mermão" no final é só pra ressaltar

Aí, mermão, pode ter certeza que o pau vai comer. Se você não estiver na hora da porrada, vai saber que rolou "viola" quando chegar alguém e disser que "rolou o maior pau" no outro lado da rua.

E como na Bahia todo samba de roda com uma viola fica mais gostoso, o adicional "viola" significa que a briga foi das boas. Daquelas com direito a voadora estilo Chuck Norris, garrafada e cadeirada. "Rolou o maior pau viola no bar, véi!".

Outro bom sinal de que o pau vai comer (lá ele) é o "vai inchar", que pode vir acompanhado do famoso porra. Aí dá pra sacar né? O que acontece quando alguma coisa incha demais? Geralmente EXPLODE. "A porra vai inchar, véi... Bora sair daqui"... Pode ter certeza que em segundos a porrada vai ser generalizada.

Por fim, seguindo a lógica da porra inchada, vem o "barril" (de pólvora, claro!!). Todo barril de pólvora tem que explodir, senão não tem graça. E aí, brother, quando seu amigo disser que "é barril" aquele bar estranho que você viu, já bêbo, e tá afim de tomar a saideira, se saia. Se saia. É bem provável que ao primeiro gole de cerveja você tome um "pedala Robinho" só porque o maluco da mesa ao lado não foi com sua cara.

Se ligue, mermão! Senão o negócio pega pro seu lado, tá ligado?

[Em tempo... agradeço aos parabéns da Autora. Após certa idade a gente para de comemorar, mas tudo bem, heheh. Thanks!]

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Aniversário? Aêêêêêêêêê!!

Hoje nosso querido Autor completa mais um ano de vida!!! Quantos??? Melhor não entregar, né?! Pode pegar mal, e ele acabar "se queimando"! Hehehehe...

Bom, em homenagem à data, fui fazer minha pesquisa cultural-regional e descobri que apenas na Bahia é que se canta aquele trecho do Parabéns "que Deus lhe dê...", sabia?! Pois é, claro que lá tinha que ser diferente! Deve ser fruto da religiosidade marcante do baiano, que dá um jeitinho de colocar Deus em qualquer coisa!

E por falar em religião, na próxima segunda é feriado em Salvador, dia de Nossa Senhora da Conceição. Lá vem lavagem da igreja, "come água" na Cidade Baixa... Que época excelente para fazer aniversário, né, rapaz? E hoje ainda tem último capítulo da série "Ó Pái Ó"!!

Desejo ao nosso querido Autor que aproveite bastante essa sexta-feira, que curta demais esse feriadão e que faça da jaca a sua pantufa!!

Um beijo grande, Parceiro (tem gíria mais carioca que essa?!)!!! Felicidades pra você!!!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Já fuuuuuuui!

Hoje eu passei o dia respondendo às pessoas com frases esquisitas, tipo essa aí do título. Ninguém entende nada, claro. Aí eu resolvi explicar de onde surgem essas frases e, vejam só que "coincidência", saem todas da música baiana! Por que será?

O "já fui, banda mel" é o mais engraçado. A extinta Banda Mel, sucesso quando eu era guria e quando Luiz Caldas e Sarajane estavam no auge, gravou uma música chamada "E lá vou eu!". Bacaninha a música, uma letra interessante, de protesto, coisa e tal. No final dela, depois de repetir mil vezes "e lá vou eeeeeeeeeu" o carinha que cantava (era 1 homem e 2 mulheres) larga um sonoro "já fui!!!!". Pronto, inverteram a coisa toda, e surgiu o famoso "já fui, banda mel!"!

No mesmo caminho, surgiram outras expressões. Cansei de ver alguém tentando ajudar um amigo a se conformar com as coisas e dizendo "A vida é assim... o Terrasamba é assim, swing swing pra você e pra mim!". Essa vai na carona de uma música do Terrasamba, aquela banda de pagode que tinha um vocalista baixinho e troncudinho!

Outra coisa que virou lugar-comum é alguém perguntar "E aí?!" e ouvir de resposta um sonoro "chupa tooooooooda!". Na moral, ouve porque quer, né?! A resposta é automática! "Segure seu tchan" também se usa e é herança da música que lançou Carla Perez no mundo (onde ela não existia! hahahaha!) e todo mundo fala isso quando as moças estão meio abafadinhas!!! É uma boa recomendação!!!

Recentemente, claro, tem o "não me conte seus problemas", que já era usado há 10 anos atrás, quando eu ainda estudava na UNEB, mas ganhou reforço depois que Ivete gravou - porque tudo que Ivete inventa, agora vira moda! Tsc tsc! Também tem o "não me chame não, viu?! não me chame não que eu vou", o grande "sucesso" dos Kamaradas, que meus ex-estagiários falam cantando, do jeitinho que tá na música, e a frase filosófica "cada cabeça, cada um... cada um, cada seu mundo" que eu prefiro nem conhecer a autoria!

Rapaz, tá explicado porque a música baiana faz tanto sucesso dentro do Estado! Ela ajuda a elaborar e a enfatiotar o dialeto!! Como ninguém percebeu isso antes?

Enfim, tem mais um monte de frases de músicas sendo utilizadas por aí. Mas tá tarde, quero ir pra casa comer, ver novela e procurar clipes baianos no You Tube, pra matar a minha saudade... Ó, já fui, banda mel!!!!!!!!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Aprenda a falar direito.

Eu tava refletindo aqui, em pleno horário de trabalho, sobre as palavras que não fazem parte do baianês mas que saem diariamente da boca do baiano. São coisas engraçadas, apesar de absurdas, e por serem tão características acho que vale a pena citar aqui. Veja os piores casos:

- "Namuscada": é aquele condimento que se usa para cozinhar, conhecido em bom português como "noz moscada". Não sei se o sabor é o mesmo mas a pronúncia...
- "Quer nizer": versão da expressão "quer dizer". Desde que consegui parar de rir após ouvir essa maluquice, eu me pergunto o que significa 'nizer' na cabeça de quem fala isso!
- "Cagado e cuspido": é aquela pessoa muito parecida com outra. Só que no resto do país, se diz "encarnado e esculpido". Bobagem, nem dá pra notar a diferença, né?!
- "Minduís": é o amendoim que nasce na Bahia.
- "Ondibinho": acredite, é o diminutivo de ônibus! Eu falaria onibusinho mas talvez eu esteja errada!
- "Ondibus": advinha?!
- "Tirar as genitais": esse foi extraído da TV local, em um programa popular. Você já tirou as genitais de alguém? E as suas? Bom, mas as "digitais" com certeza tirou, né?!
- "Morródia": não sei é erro de português ou erro médico! Mas também se chama hemorróida.
- "Cunzinha": pare de pensar em sacanagem! Cunzinha e cozinha são a mesma coisa!
- "Menas": é quando o baiano tem "menas dor" ou "menas condições", ou "menas possibilidades" de aprender a falar direito, etc...

Há casos que são específicos, claro! Baiano falando inglês, por exemplo, é uma tragédia! O que tem de Mary sendo chamada de Meire e girl que virou guél não dá pra contar... E a frase "I don't have money" já faz tempo que virou "I'm not have money". Isso além das adaptações como Brocation, Aperriation, Esculhambation e qualquer outro ation que você quiser inventar!

Nos órgãos públicos é uma pedrada atrás da outra. CPF que virou CPS, registro que virou resistro e o fato de que ninguém mais resolve problemas - resolve problemáticas! Na Caixa Econômica, os imóveis são financiados pelo sistema de "habilitação" e a velhinha idosa insiste em sacar seu dinheiro no balcão porque na máquina (caixa eletrônico) só tem "célula" de R$50,00.

Bom, enquanto não houver solucionática para essa situação, só nos resta mesmo anotar e resistrar essas péloras da língua baiana! Rezano, é claro, para que não tenhamos uma grave complication nas próximas gerações!